Desde 2004, o Brasil trabalha na redução do desmatamento da Amazônia. Cerca de 11 anos após o início da campanha, resultados positivos foram notados e publicados na revista Nature Geoscience.
As constatações desses resultados fazem parte de um estudo realizado por pesquisadores da universidade de Leeds e Manchester, no Reino Unido, do Massachussets Institute of Technology, nos Estados Unidos, e da Universidade de São Paulo.
De acordo com a pesquisa, o principal motivo da melhora de cenário é a diminuição dos incêndios provocados pelo homem para abrir as clareiras na floresta.
Em entrevista à BBC Brasil, Carly Reddigton, especialista em ciências atmosféricas, explica que o fogo emite uma alta quantidade de partículas na atmosfera. A fumaça dos incêndios pode provocar doenças respiratórias, cardíacas e, até mesmo, câncer. Com a diminuição do desmatamento e, consequentemente, dos incêndios, cerca de 400 a 1,7 mil mortes prematuras de adultos por ano foram prevenidas.
A cada ano, milhares de quilômetros quadrados de florestas são derrubados para preparação de novas terras para agricultura e pecuária na amazônia. A fumaça emitida a partir de grandes incêndios causa altos níveis de poluentes atmosféricos tais como material particulado, ozônio, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e outros. Esses poluentes têm importantes efeitos negativos na saúde humana. A fumaça é tão forte e tão extensa por grandes áreas da América do Sul que é facilmente detectada por satélites e medidas em solo para examinar a quantidade de fumaça na atmosfera.
A área total da floresta amazônica é de aproximadamente 5 milhões de quilômetros quadrados (km²). De acordo com as informações fornecidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Brasil em 2003-2004 desmatou 27.000 km². O físico Artaxo aponta, "Esta forte redução na taxa de desmatamento fez com que as emissões de gases de efeito estufa diminuíssem cerca de 70% no período","A emissão de poluentes tais como material particulado, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e outros também foi muito expressiva, o que fez com que a redução da exposição a poluentes atmosféricos tenha reduzido a mortalidade na América do Sul".
O desmatamento impacta negativamente a biodiversidade, o regime de chuvas e as mudanças climáticas. Graças à diminuição dos incêndios, a quantidade de partículas nocivas liberadas na atmosfera caiu e melhorou a condição do ar de vários países da América Latina.

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